Escola Dom
Constantino Luers, de Campo Alegre, integra série especial sobre unidades de
ensino que passaram por grandes transformações
A Escola Estadual Dom Constantino
Luers, de Campo Alegre, viveu uma rotina diferente esta semana. No período de 6
a 8 de junho, a unidade de ensino recebeu a visita do Canal Futura, que, desde
maio, percorre o Brasil em busca de instituições de ensino que passaram por
experiências transformadoras. Ao todo, cinco unidades de ensino
protagonizam a série especial da emissora e a escola alagoana foi a única do
Norte/Nordeste selecionada para a produção.
O repórter Antônio Gois conta como foi
a seleção das instituições. “Procuramos escolas com diferentes perfis,
mas que tinham em comum o fato de terem passado por grandes transformações. Por
isso, estamos visitando estas unidades para conhecê-las e ouvir seus gestores,
alunos e professores para entender como esta mudança aconteceu”, conta.
O jornalista também relata suas
impressões acerca da Escola Dom Constantino Luers. “Todas as nossas
expectativas foram confirmadas. Aqui percebemos que existe uma forte liderança
de toda a equipe gestora”, aponta Antônio.
Esforço coletivo – Para entender
a transformação pela qual passou a Escola Dom Constantino Luers, é preciso
voltar três anos no tempo, quando a professora de Biologia Valquíria Batista de
Assis assume a direção geral da unidade de ensino. Dois anos antes, após fortes
chuvas na região, o teto de uma das salas da escola havia desabado e, em 2013,
a população campo-alegrense preferia matricular seus jovens no ensino médio de
São Miguel dos Campos ou Limoeiro de Anadia.
Para mudar esse cenário, Valquíria optou
pela mobilização coletiva: a escola era de todos e todos tinham a
responsabilidade de zelar por ela. Com a união de toda a sua equipe, a unidade
de ensino empreendeu projetos de incentivo ao protagonismo juvenil onde os
alunos poderiam se expressar e expor seus talentos. O diálogo entre equipe
gestora e estudantes também se tornou mais aberto, intensificando a proximidade
entre os dois lados.
A unidade também fortaleceu seu
relacionamento com as famílias e a população campo-alegrense. Para as primeiras,
promoveu plantões pedagógicos onde pais conversavam diretamente com os
professores para acompanhar o desempenho de seus filhos em sala de aula. Já os
laços com a comunidade foram fortalecidos graças a projetos como o Flor da
Idade, onde a escola mobilizava alunos, servidores e familiares em um mutirão
de serviços e ações voltadas para os idosos da região. Até mesmo os
comerciantes locais colaboram.
Valquíria também optou por um estilo
dinâmico de gestão. Ao chegar na escola, é fácil encontrá-la circulando pelos
corredores inspecionando reparos na infraestrutura, dando anúncios em sala de
aula, recebendo alunos e comunidade ou reunida com a coordenação pedagógica. “Nestes
três anos de gestão, acho que só passei um dia na sala da direção”, brinca
a diretora.
Resultados – A postura
adotada pela gestão não demorou a surtir efeito. As matrículas aumentaram de
906 alunos em 2013 para mais de 1.200 em 2015 e os jovens, que antes buscavam
cursar o ensino médio em outros municípios, retornaram à escola, que passou a
atrair também egressos da rede particular. Situação similar ocorreu no acesso
ao ensino superior: enquanto em 2013 a escola teve quatro aprovados no Enem e
vestibulares de faculdades particulares, em 2015, esse número subiu para 30
alunos. Mais impressionante ainda foi a redução da taxa de abandono: em um
município com forte presença da economia canavieira, onde parte da população
busca emprego em outros estados durante a entressafra açucareira, o índice de
abandono de alunos reduziu 7,5% passando de 17% em 2012, para 10% em 2015.
Valquíria atribui o resultado ao
esforço e trabalho de toda a equipe. “Aqui vivenciamos a gestão
democrática em sua essência e fazemos questão de ouvir todos. Esta é nossa
segunda casa e trabalhamos para oferecer o melhor para a comunidade e nossos
alunos sentem o carinho que todos temos pela escola. Tanto que muitos almejam,
no futuro, retornar como professores”, destaca Valquíria.
Para a gestora, receber a visita do
Canal Futura na escola é motivo de alegria. “Saber que, dentre as cinco
escolas escolhidas, nós fomos a única do Norte/Nordeste selecionada, é motivo
de muito orgulho, pois trata-se do reconhecimento de um trabalho de equipe”,
afirma.
Identificação – Alunos e
professores também possuem um relacionamento especial com a escola. É o caso do
professor de Língua Inglesa Cleverton de Souza. Conhecido pelas aulas dinâmicas
e interativas, ele incentiva a prática do idioma por meio de ferramentas
multimídia e projetos interdisciplinares como o Sing your Song, onde o
estudante aprende a língua cantando e ainda expõe seus talentos musicais. Ele
também promove debates sobre tolerância e direitos das minorias com os jovens. “Aqui
somos uma família e, quando entro em sala, dou o meu melhor, pois quero
proporcionar aos meus alunos tudo o que não tive na idade deles”, declara.
Sérgio da Silva, aluno da 2ª série do
ensino médio, é outro com forte identificação com a escola. Aos 17 anos, o
jovem, que é vice-presidente do grêmio estudantil, é um parceiro da direção e,
ao lado de seus colegas gremistas, possui vários projetos em prol da
instituição. “Aqui temos professores atenciosos e uma equipe gestora
que administra a escola com afeto de mãe. Costumo dizer que a Dom Constantino,
apesar de pequena no tamanho, é grande na essência”, diz Sérgio.
Exibição - Após as
filmagens em Campo Alegre, a equipe do Canal Futura segue para o interior de
Goiás. Outras três escolas – duas no estado do Rio de Janeiro e uma em
Campinas, São Paulo – completam a série, cujos episódios devem ser exibidos a
partir de setembro.
Fonte: Agência Alagoas
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